O silêncio e a repetição no tecido linguístico: mecanismos de significação, poder e suas implicações socioculturais

Abstract

O artigo investiga a complexidade da/na linguagem como um sistema multifacetado de significados, em que o silêncio e a repetição desempenham papéis sígnicos. Assim, é apontado que a linguagem transcende sua função comunicativa, apresentando-se como um tecido interligado de significados, silêncios e repetições que se entrelaçam com outros elementos semióticos. A hermenêutica e a semiótica, conforme discutido por Barthes e Ricoeur, oferecem ferramentas interpretativas para entender como a repetição pode tanto estabilizar quanto subverter significados. Sendo assim, o silêncio é abordado como um componente integral do tecido linguístico, não apenas como ausência, mas como um espaço significativo que sugere, nega ou adia significados. Foucault é citado para enfatizar que o silêncio pode revelar relações de poder subjacentes em qualquer ato comunicativo. Além disso, a repetição é vista como um processo dinâmico que recontextualiza, reinterpreta narrativas e fortalece a memória coletiva e permite uma compreensão em camadas de eventos passados. Dessa maneira, é proposto que a análise da linguagem deve considerar as nuances culturais e sociais que moldam a comunicação ao integrar disciplinas para uma compreensão mais apurada das interações humanas. Assim, o texto convida à exploração das complexas dinâmicas entre expressão, compreensão, poder, resistência e destaca a relevância do tema para múltiplos contextos socioculturais que institucionaliza a língua(gem) como materialidade social.