Dinâmicas climáticas urbanas em Porto Velho: uma abordagem integrada entre zonas climáticas locais e índices espectrais

Abstract

Este estudo investigou a influência do processo de urbanização na formação e configuração das Zonas Climáticas Locais (ZCLs) de Porto Velho (RO), integrando a classificação morfológica urbana a métricas espectrais derivadas de imagens Landsat 8 (NDVI, NDWI, NDBI e BUI). O mapeamento das ZCLs foi realizado por meio do LCZ Generator, complementado por vetorização e refinamentos no QGIS. Em seguida, os índices espectrais foram calculados, reclassificados e integrados espacialmente às ZCLs, permitindo caracterizar de forma quantitativa como a expansão urbana, o adensamento construtivo e a substituição da vegetação estruturam o clima urbano da capital. Os resultados demonstram que a urbanização recente favoreceu a consolidação de ZCLs compactas, ZCL 2 e ZCL 3, que compõem 29,94% do território mapeado e apresentam NDVI < 0,20, NDWI seco em mais de 95%, NDBI elevado e BUI positivo, evidenciando alta impermeabilização e maior propensão à formação de ilhas de calor. Em oposição, as ZCLs naturais A e D, 21,40%, exibiram NDVI > 0,60, NDWI seco em menos de 90%, NDBI negativo e BUI negativo, refletindo a manutenção de superfícies permeáveis e maior capacidade de moderação térmica. A ZCL 6, 38%, ocupa posição intermediária no gradiente de urbanização, com NDVI entre 0,30–0,50, NDWI seco em 70,05% e BUI próximo de zero, caracterizando áreas em transição entre ambientes vegetados e setores em expansão urbana. Portanto, a integração entre ZCLs e índices espectrais evidenciou que a distribuição das zonas climáticas não é aleatória, mas responde diretamente ao avanço da urbanização e às alterações estruturais do solo urbano.