Cobertura média anual da atenção primária à saúde por região brasileira e possíveis impactos para a universalidade e para a gestão do SUS (2016-2020)

Abstract

A saúde no Brasil é organizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), fundamentado nos princípios da universalidade, integralidade e equidade, sendo a Atenção Primária à Saúde (APS), especialmente por meio da Estratégia Saúde da Família (ESF) com o objetivo de garantir cuidado contínuo e acessível à população. Este estudo objetivou descrever as diferenças na evolução da cobertura da APS nas regiões brasileiras entre 2016 e 2020 e analisar seus impactos sobre a universalidade e a gestão do SUS. Foram utilizados dados secundários do e-Gestor APS, consolidando as médias anuais de cobertura das cinco regiões do país, e interpretadas as implicações para a universalidade e gestão a partir da comparação dos percentuais médios. Os resultados mostraram que Nordeste e Sul apresentaram as maiores coberturas, próximas da universalidade, enquanto Norte, Centro-Oeste e Sudeste mantiveram índices mais baixos, evidenciando desigualdades regionais. As variações anuais foram pequenas, mas indicaram lacunas no acesso em áreas com menor cobertura, associadas a desafios estruturais e insuficiência de profissionais. A análise sugere que, embora a expansão da ESF tenha promovido avanços, a plena universalidade depende de políticas que priorizem distribuição equitativa de recursos, planejamento estratégico territorializado e fortalecimento da infraestrutura e do provimento de profissionais. O estudo reforça a necessidade de estratégias regionais específicas para manter e aprimorar a cobertura e reduzir desigualdades.