A produção do espaço pela agricultura familiar: análise dos circuitos produtivos e suas implicações na dinâmica agrária rondoniense

dc.contributor.advisorSilva, Ricardo Gilson da Costa
dc.contributor.authorSantos, Tiago Roberto Silva
dc.date.accessioned2025-07-04T21:03:35Z
dc.date.available2025-07-04T21:03:35Z
dc.date.issued2025
dc.descriptionTese de Doutorado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Geografia – PPGG da Universidade Federal de Rondônia - UNIR, como requisito avaliativo para obtenção do título de Doutor em Geografia.
dc.description.abstractO estado de Rondônia teve seu processo de formação socioespacial motivado, sobretudo, pelo governo federal a partir da década de 1970, quando foram criados, na Amazônia, projetos de integração desta região às demais regiões do país. Os projetos, que tinham como propaganda a distribuição de terras e o assentamento de agricultores familiares, também possibilitavam a atuação de grileiros e madeireiros na região, facilitando a abertura de novas terras para atender ao capital, além daquelas distribuídas oficialmente pelo INCRA. Com tais iniciativas, a territorialização dos pequenos produtores foi consolidada em Rondônia, configurando-se, atualmente, como uma herança dos projetos de colonização dirigida. Esses pequenos produtores representam a maioria dos estabelecimentos agropecuários do estado, ainda que não ocupem a maior parte da área destinada a essa atividade. Além disso, com a territorialização das empresas do agronegócio latifundiário, consolidou-se em Rondônia um discurso de fomento e valorização desse modelo, que integra, na mesma lógica, a produção de commodities e a agricultura familiar. A agricultura familiar tem demonstrado grande capacidade de adaptação aos interesses do mercado produtivo, incorporando novas técnicas e adotando práticas inovadoras para a comercialização de sua produção. No entanto, essa capacidade de adequação às demandas do mercado não retira do agricultor familiar sua condição de agente produtor, cuja propriedade representa não apenas um espaço de produção, mas também um ambiente de vida compartilhado com sua família. Considerando este conjunto de fatores defendemos neste trabalho a tese de que a agricultura familiar exerce importante papel na produção espacial em Rondônia, pois a partir de suas atividades produtivas, estruturam-se circuitos espaciais de produção, que refletem a fluidez deste espaço, contrapondo-se à lógica do agronegócio latifundiário. Assim, analisamos as diferenças conceituais entre agronegócio latifundiário e agricultura familiar, além da compreensão do conceito de circuito espacial de produção. Também revisamos o contexto histórico da formação socioespacial de Rondônia e seus reflexos na estrutura agrária e na organização das produções agropecuárias a partir das territorialidades de seus agentes. Também analisamos dados e características dos principais circuitos produtivos da agricultura familiar em Rondônia, sendo eles: café, mandioca e pecuária bovina de corte e leite. E por fim, analisamos a espacialidade formada pela agricultura familiar, identificando sua distribuição espacial, produtiva e capacidade de adoção técnica e organização coletiva, percebendo suas ações na produção do espaço geográfico. Portanto, concluímos que a atuação da agricultura familiar fomenta importantes circuitos espaciais de produção em Rondônia, refletindo em transformações e introdução de novos objetos técnicos ao espaço, de forma que possibilite a circulação da produção, atendendo as necessidades e demandas de produtos em escalas locais, regionais, nacionais e até mesmo internacionais, diferenciando-se na forma de organização em relação ao agronegócio latifundiário.
dc.description.abstract2The state of Rondônia underwent a socio-spatial formation process primarily driven by the Brazilian federal government starting in the 1970s, when integration projects were implemented in the Amazon region to better connect it with the rest of the country. These projects, which promoted land distribution and the settlement of family farmers, also facilitated the actions of land grabbers and loggers, opening up new areas for capital expansion beyond those officially distributed by INCRA. Through such initiatives, the territorialization of small-scale producers was consolidated in Rondônia, currently representing a legacy of state-led colonization projects. These small producers now account for most agricultural establishments in the state, even though they do not occupy most of the land designated for agricultural activities. Additionally, with the territorialization of large-scale agribusiness enterprises, a dominant narrative emerged in Rondônia that promotes and legitimizes a model which merges commodity production and family farming under a unified logic. Family farming has demonstrated a high degree of adaptability to market demands, incorporating new techniques and adopting innovative marketing strategies. However, this adaptability does not diminish the role of family farmers as productive agents, whose properties are not merely spaces of production but also serve as living environments shared with their families. Considering these factors, this study argues that family farming plays a key role in the spatial production of Rondônia. Through their productive activities, spatial circuits of production are established, reflecting the fluid nature of space and opposing the logic of large-scale agribusiness. Thus, we examine the conceptual differences between large-scale agribusiness and family farming, as well as the notion of spatial circuits of production. We also explore the historical context of Rondônia’s socio-spatial development and its effects on agrarian structures and the organization of agricultural production based on the territorialities of its actors. Furthermore, we analyze data and characteristics of the main family farming production circuits in Rondônia, namely: coffee, cassava, and beef and dairy cattle. Finally, we assess the spatial configuration shaped by family farming, identifying its spatial and productive distribution, its capacity for technological adoption, and its forms of collective organization, recognizing its role in shaping geographic space. Therefore, we conclude that family farming promotes significant spatial circuits of production in Rondônia, leading to transformations and the introduction of new technical objects into the territory, enabling the circulation of goods and meeting demand at local, regional, national, and even international levels— distinguishing itself from large-scale agribusiness through its organizational structure.
dc.description.sponsorshipBolsa Capes e Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia - campus Cacoal
dc.identifier.citationSANTOS, Tiago Roberto Silva. A produção do espaço pela agricultura familiar: análise dos circuitos produtivos e suas implicações na dinâmica agrária rondoniense. Orientador: Ricardo Gilson da Costa Silva. 266 f. Tese de Doutorado (Programa de Pós-Graduação em Geografia), Universidade Federal de Rondônia - UNIR, Porto Velho, 2025
dc.identifier.urihttp://repositorio.ifro.edu.br/handle/123456789/1830
dc.language.isopt_BR
dc.latteshttp://lattes.cnpq.br/9929225231941406
dc.publisher.campiCampus Cacoal
dc.subjectRondônia
dc.subjectAgricultura Familiar
dc.subjectCircuitos espaciais de produção
dc.subject.keywordRondônia
dc.subject.keywordFamily Farming
dc.subject.keywordSpatial Circuits of Production
dc.titleA produção do espaço pela agricultura familiar: análise dos circuitos produtivos e suas implicações na dinâmica agrária rondoniense
dc.typeThesis
local.contributor.orcidhttps://orcid.org/0000-0002-7771-5210
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