Navegando por Autor "Nunes, Kennya Rodrigues"
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Item Necropolítica indígena: causas e motivações do extermínio indígena no Brasil a partir da perspectiva do “processo civilizador” de Norbert Elias e da “política da morte” de Achille Mbembe(Revista Observatorio De La Economia Latinoamericana, 2024) Jesus, Sérgio Nunes de; Santos, Antonio Nacilio Sousa dos; Moura, Douglas Luiz de Oliveira; Nunes, Kennya Rodrigues; Dezem, Lucas Teixeira; Bezerra, Marcus Antonio Cunha; Paula, Cristiano Corrêa de; Caseiro, Felipe; Neto, José Maria Nogueira; Meira, Janderson Costa; Santos, Ricardo Feliciano dosNo Brasil, quase diariamente, somos confrontados com notícias sobre a morte de mais um indígena. As razões para esses acontecimentos são diversas, variando de conflitos territoriais a questões sociais e econômicas. No entanto, é impossível ignorar a contínua negligência do Estado diante dessa tragédia recorrente, que tem raízes profundas na história do país. Desde a chegada dos colonizadores europeus, em 1500, os povos indígenas têm sido alvo de violência, exploração e exclusão, perpetuando um ciclo de marginalização que atravessa os séculos. Esse fato social, marcado pela ausência de políticas públicas eficazes e pelo desrespeito aos direitos dos povos originários, revela a permanência de uma lógica colonial que ainda estrutura as relações entre o Estado e as populações indígenas no Brasil. O documento denominado de Violência contra os povos indígenas no Brasil do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), aponta que no período entre 2019 e 2022, foram assassinados 795 indígenas no país, contabilizando um aumento de 54% de assassinatos se comparada aos governos Dilma Rousseff e Michel Temer (entre 2015 e 2018). Em 2023 esse número foi de 208 assassinatos. Diante desse quadro, indagamos: Como o conceito de “processo civilizador” de Norbert Elias, que trata da evolução das formas de controle social e da construção de hierarquias de poder, se articula com a “política da morte” de Achille Mbembe na compreensão das causas e motivações que sustentam o extermínio indígena no Brasil? Assim, o repertório teórico é conduzido através da obra Necropolítica de Achille Mbembe (2020) e O processo civilizador de Norbert Elias (2011). Metodologicamente, utilizamos os dados quantitativos do documento Violência dos povos indígenas (CIMI), bem como estatísticas do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA). Além disso, é uma pesquisa que se configura qualitativamente (Minayo, 2016), descritiva (Gil, 1999) que busca a compreensão desse fato social (Weber, 2009). A análise evidencia que o extermínio indígena no Brasil é sustentado por fatores históricos, sociais e políticos complexos. O “processo civilizador” de Norbert Elias falha ao não integrar adequadamente os indígenas, perpetuando a violência institucional. Combinado com a “política da morte” de Achille Mbembe, observa-se que o Estado regula quem deve viver ou morrer, legitimando a vulnerabilidade dos povos indígenas. A ausência de políticas públicas eficazes e a negligência estatal reforçam essa necropolítica. Dados do CIMI e IPEA mostram um aumento alarmante de assassinatos indígenas nos últimos anos. Assim, a marginalização indígena reflete tanto a violência histórica quanto a atual lógica de controle estatal sobre corpos considerados descartáveis.Item “Os ecos de Paris”: o tecido da moda e a tinta da literatura em “As ilusões Perdidas” (1837) de Honoré de Balzac(Europub European Publications, 2024) Santos, Antônio Nacílio Sousa dos; Jesus, Sérgio Nunes de; Oliveira, Priscila Maria Silva; Lima, Ailson Gomes de; Barros, Maiko Matheus Santos; Cintra, Mônica da Costa; Nunes, Kennya RodriguesAs obras de Honoré de Balzac são um espelho fiel da sociedade francesa do século XIX, capturando com maestria os detalhes de sua estrutura social e cultural. O autor, em seus escritos, não apenas narra histórias envolventes, mas também oferece uma análise perspicaz das dinâmicas sociais, revelando como a moda e a indumentária funcionam como símbolos de status e identidade. A importância de sua obra reside na capacidade de proporcionar uma compreensão profunda do contexto histórico e social de sua época, destacando as nuances das relações entre diferentes classes sociais. Este estudo se centra na obra “As Ilusões Perdidas” (1837), uma das peças mais emblemáticas do autor, para explorar como retrata a aristocracia, a burguesia e os artistas através de suas vestimentas e comportamentos. Ao fazer isso, buscamos elucidar a complexa teia de significados que a moda assumia naquele período. A metodologia adotada é qualitativa, analítica e bibliográfica e envolve uma análise interdisciplinar que integra diversas áreas do saber, destacando, teoricamente, os conceitos de Pierre Bourdieu (2001), teoria da moda, permitindo uma visão multifacetada das interações sociais e dos códigos de vestimenta descritos pelo autor. Assim, os achados desta pesquisa revelam como Balzac utilizava a moda não apenas como um elemento decorativo, mas como um recurso narrativo fundamental para criticar e expor as tensões e contradições de sua sociedade. Ao examinar os personagens de “As Ilusões Perdidas”, percebemos como a indumentária serve para destacar aspirações, disfarçar fragilidades e consolidar identidades sociais. Esta investigação contribui para um entendimento mais profundo da obra e oferece insights valiosos sobre a intersecção entre moda e literatura no século XIX.