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Navegando Produção Científica por Autor "Azevedo, Nadia Pereira da Silva Gonçalves de"
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Item A materialização em boletins de ocorrência: relação entre emergência de sentidos e escolhas lexicais nas práticas de violência doméstica(Cuadernos de Educación y desarrolo, 2024) Jesus, Sérgio Nunes de; Azevedo, Nadia Pereira da Silva Gonçalves de; Ferrarezi Junior, CelsoCom a emergência da Lei Maria da Penha, em 2006, fica latente a importância de combater a violência doméstica no âmbito judicial. Para isso, é fundamental a composição de Boletins de Ocorrência (BO) claros no registro da agressão sofrida pela mulher. Entretanto, contradizendo as diretrizes do direito penal, a elaboração desses documentos não está isenta de subjetividade e, portanto, é possível rastrear as marcas do sujeito-escrivão e suas filiações ideológicas a respeito da violência doméstica e da vítima. Esse artigo, então, centra-se na subjetividade da autoridade policial no processo de retextualização do discurso relatado. Para isso, foi observada no campo das escolhas lexicais no ateremos aos verbos selecionados pelo sujeito escrivão na elaboração dos BO, haja vista que o uso dos verbos é um traço linguístico de sua filiação político-ideológica. Utilizou-se a Análise do Discurso Francesa como aporte teórico-metodológico do trabalho e a Teoria das Valências como suporte para sustentação da relevância do verbo enquanto elemento organizador da/de frase do ponto de vista sintático, mas, sobretudo, como um elemento organizador do discurso, foram selecionados três boletins de ocorrência que demonstram três diferentes filiações ideológicas a partir das escolhas lexicais. Observou-se que o uso de verbos pode colaborar para a circulação de sentidos sobre a violência doméstica que a combatam, mas também pode reafirmar significações que desloquem a mulher da posição de vítima e desqualifiquem a agressão sofrida como tal.Item Aplicações da análise do discurso na educação básica: o que fazer, como explicar(Pá de Palavra, 2024) Jesus, Sérgio Nunes de ; Ferrarezi Junior, Celso; Azevedo, Nadia Pereira da Silva Gonçalves deUma profunda inquietação nos motivou, na posição de organizadores do livro Aplicações da Análise do Discurso na Educação Básica — o que fazer, como explicar… e era como preencher a lacuna existente na relação entre a teoria discursiva e a Educação Básica, ambas muito importantes e relacionadas. De fato, no Brasil, a Análise do Discurso parece matéria unicamente universitária, muitas vezes só abordada na pós-graduação stricto sensu. Porém, sabemos que o instrumental da Análise do Discurso é útil — e, por que não dizer necessário — a qualquer pessoa. Por que não oferecer isso às crianças e adolescentes desde cedo? Por que deixá-las crescer tão ingenuamente em relação aos textos alheios? Teria isso um fundamente ideológico ou era um simples caso de ‘ninguém pensou nisso antes’? É triste constatar que a quase totalidade de nossos professores e alunos de Educação Básica ainda pensam ser o discurso aquela fala que políticos fazem nas tribunas das casas legislativas e os oradores, nas formaturas. Sim, até é isso, mas também é muito mais. E é esse ‘muito mais’ que deveria chegar aos nossos alunos no cotidiano escolar. De qualquer forma, fosse qual fosse o caso, resolvemos organizar a obra e procuramos destacar capítulos que enfatizassem essa abordagem Linguística mais ideológica na interface com a Educação Básica, de modo a apresentar possíveis percursos que facilitassem a compreensão da Análise do Discurso aos professores e pesquisadores da educação e, por conseguinte, que fizessem esse ferramental chegar aos alunos em sala.Item Discursos silenciados nos boletins de ocorrência: de sujeito falado a sujeito falante nas práticas de violência contra a mulher(2023) Jesus, Sérgio Nunes de; Azevedo, Nadia Pereira da Silva Gonçalves de; Ferrarezi Junior, CelsoA tese é justificada a partir da compreensão linguístico-discursiva nas tomadas de depoimento e suas manifestações com a linguagem que funcionam no fio do discurso. Isto posto, aponta os seguintes questionamentos: de que maneira o processo de discursivização nas tomadas de depoimentos funcionam no limiar da / na interpretação dos / nos Boletim de Ocorrência (BO)? Até que ponto as posições-sujeito são fundamentais para pensar a autoria dos / nos Boletim de Ocorrência (BO)? Por qual o motivo é relevante o estudo dessa temática como contribuição à Análise de Discurso Brasileira em suas diferentes materialidades histórico socio-cultura - via de regra, pela política do silenciamento? Sendo, assim, a presente abordagem teve como objetivo investigar os processos linguístico-discursivos nas práticas de violência contra a mulher por meio das Tomadas de Depoimento nos Boletins de Ocorrência, doravante (BO) ao identificar seus silenciamentos materializados. Neste sentido, verificamos suas marcas linguístico-discursivas; essas a partir das caracterizações das formações imaginárias de sujeito falado a sujeito falante nesse documento. Outrossim, também analisamos de que maneira os sujeitos discursivos (falado / falante) respondem aos interrogatórios em virtude das acusações – esses que contribuem pelas suas condições de produção instauradas nos discursos desses sujeitos – o linguístico (ou relatado) e das formações imaginárias – o discursivo (ou referido) pelas materializações dos silenciamentos instituídos nos Boletins de Ocorrência. Esses apontamentos são necessários à melhor compreensão da teoria da Análise do Discurso Francesa (AD) – quando aponta que os sujeitos são constituídos pela língua(gem). Tais ancoragens podem ser observadas como entrecruzamentos; assim, essa abordagem se coaduna com a nossa perspectiva plural no discurso e suas representações caracterizadas pelos sujeitos falados e falantes no processo linguístico-discursivo na língua material. Assim sendo, é importante ressaltar de que maneira as práticas de violências são manifestadas nos discursos dos sujeitos interpelados e como esses respondem dialeticamente frente às acusações impostas pelos depoentes ante a autoridade policial. Outrossim, trabalhamos a partir da classificação, seleção e análise documental de acordo com as formações imaginárias nos Boletins de Ocorrência na comparação discursiva do sujeito falado para sujeito falante – esses, caracterizados nas materialidades analisadas ao longo da pesquisa. Assim, ainda na mesma perspectiva pecheuxtiana da AD, a língua constitui-se como um sistema – este interligado à História, bem como aos sujeitos falantes e seus objetos contraditórios a partir das suas diferentes formas. Desta maneira, o nosso gesto de interpretação ao corpus dos / nos BO podem ser considerados inovadores e contribuem não apenas para a reflexão social, mas apontam na instância do Aparelho Repressivo do Estado, nesse caso, a Delegacia que a materialidade discursiva faz a diferença nesse processo de instauração do jurídico-linguístico-discursivo como suportes dessas / nessas transcrições que além das suas opacidades fará com que essas manifestações do sujeito e do seu vai-e-vem na linguagem sejam elementos fundamentais nos gestos interpretativos à condenação do agressor ao cometer e ultrapassar os limites da Lei. Logo, entendemos que as transformações do nosso objeto de discurso - o corpus da pesquisa -, estão no fio do discurso nesse processo gestual de interpretação, pois exploramos diretamente a estabilidade e o espaço da língua por meio desses vieses. Assim, perguntamos: Como funcionam os discursos sobre a violência contra a mulher por meio das tomadas de depoimento nos boletins de ocorrência? É nesse sentido que as Ideologias se manifestarão dentro das Práticas e dos Saberes do Aparelho do Estado (a Polícia) que irão interpelar esses sujeitos (maridos, namorados, noivos, amásios etc.) os quais serão investigados perante a autoridade policial.