De acordo com o Painel Intergovernamental para as Mudanças Climáticas (IPCC, 2021), as atividades humanas podem causar um aumento superior a 1,5 °C na temperatura do planeta até 2030, em comparação aos níveis da era pré-industrial o que gera fenômenos climáticos extremos. Estes, por sua vez, prejudicam atividades importantes como a agricultura, que dependem dos recursos naturais, afetando especialmente os agricultores familiares, essenciais para a produção de alimentos em escala global (UNFCCC, 2007).
No eixo da Amazônia Meridional, região de grande importância para a normalização climática global por causa da sua ampla cobertura florestal e dos recursos hídricos, os efeitos das transformações climáticas já se fazem presentes de forma preocupante. O desmatamento e as queimadas intensas, devido à pressão econômica e pelo aumento da fronteira agrícola, têm acrescido a emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE) e diminuído a habilidade da floresta amazônica de desempenhar seu papel como sumidouro de carbono (Fearnside, 2002)